01 de abril de 2022
Mês das Mulheres: sou dona do meu destino, sou capaz!
Jurutiense fala da importância de projeto social em sua vida, e como ele a ajuda a se sentir valorizada. Pesquisa mostra que renda feminina é mais investida em educação, bem-estar da família e na comunidade local.
“O projeto Dona’s é muito importante na minha vida. Mesmo quando muitas pessoas falaram que era só perda de tempo, eu foquei no projeto e vi o quanto eu posso ir além.” Esse depoimento vem de Juruti, no Pará, de Gelucia da Silva Souza Nunes.
Com o objetivo de contribuir para o empoderamento de pequenas empreendedoras, o Dona’s foi uma das iniciativas selecionadas pelo Instituto Alcoa em 2019 no Programa de Apoio a Projetos Locais. No ano seguinte, 69 empreendedoras de Juruti aderiram à ação, coordenada pelo Instituto Juruti Sustentável (IJUS) em parceria com o Instituto Consulado da Mulher e voluntários da Rede de Mulheres Alcoa (AWN).
Inspirada pela filha pequena, Gelucia conta que a iniciativa contribuiu para a valorização do seu trabalho com o crochê e a fez sentir capaz de enfrentar qualquer desafio em seu caminho. “Os meus clientes me fizeram enxergar que não posso ficar entre quatro paredes sabendo que posso alcançar muitas coisas fora da minha casa, além de expressar meu amor pelo o que faço e ainda ter uma renda.” Ela acrescenta: “Nós, do projeto, costumamos dizer: sou dona, sou capaz.”
A maior pesquisa sobre empreendedorismo no mundo, a Global Entrepreneurship Monitor (GEM) em parceria, no Brasil, com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), mostra que o país é o sétimo, entre 49 nações, com o maior número de mulheres empreendedoras. Das 52 milhões de pessoas que empreendem no país, cerca de 30 milhões, 48%, são mulheres.
E no quesito investimento, uma análise do Sebrae com a Fundação Getúlio Vargas (FGV) reforça que as mulheres foram as que mais inovaram em seus negócios durante a pandemia: 71% delas usam redes sociais, aplicativos e internet para vender seus produtos e serviços, frente a 63% dos homens.
A Rede da Mulher Empreendedora (RME) analisa, em artigo especial para o mês das mulheres, que os seus estudos comprovam que parte da renda de uma mulher é investida na educação dos filhos, no bem-estar da família e no auxílio à comunidade onde vive.
“Isso cria, automaticamente, um ciclo positivo de prosperidade local.Os negócios gerenciados por mulheres acabam empregando outras mulheres, diminuindo assim o desemprego feminino”, aponta trecho da publicação.
A liberdade que vem do negócio
O estudo anual divulgado no final de 2021 pelo Instituto Rede Mulher Empreendedora (IRME) aponta que 34% das mulheres ouvidas sofreram algum tipo de agressão em relações conjugais. O levantamento mostra, ainda, que, ao empreender, 48% delas conseguiram sair desses relacionamentos abusivos e violentos.
Para Ana Fontes, fundadora e presidente da Rede e do Instituto Rede Mulher Empreendedora, de forma geral, as mulheres que empreendem se sentem mais independentes, confiantes e seguras quando têm uma renda própria, permitindo que ela mude sua condição dentro de relacionamentos abusivos.
Essas iniciativas de empoderamento relacionam-se às principais áreas de atuação do Instituto Alcoa: educação e geração de trabalho e renda. Com isso, o IA busca contribuir com o desenvolvimento dos territórios em que atua.
“Os projetos sociais têm a capacidade de promover transformações individuais e coletivas. Acreditamos na capacidade de articulação e na potência da sociedade civil e das comunidades para a retomada do desenvolvimento local”, defende Monica Espadaro, gerente de projetos do Instituto Alcoa.