26 de maio de 2021

Voluntariado constitui ação cidadã fundamental para uma sociedade democrática

Um dos maiores incentivos do Instituto Alcoa a seus colaboradores, o voluntariado constitui uma das formas de solidariedade fundamental para uma sociedade, sobretudo em tempos de crise como a pandemia de Covid-19

 

Voluntariado getty images

 

De acordo com o World Giving Index (WGI), ranking da Charities Aid Foundation (CAF) que mede o grau de solidariedade das nações, são três as principais formas de ser solidário: ajudar um estranho, doar dinheiro e doar tempo. Essa última opção corresponde ao voluntariado, ação defendida, incentivada e promovida pelo Instituto Alcoa. 

Se predominam na mídia as ações de arrecadação financeira - como os mais de R$ 6 bilhões registrados pelo Monitor das Doações - ou a ajuda a organizações da sociedade civil (OSCs) que têm desempenhado um trabalho fundamental durante a situação de emergência que vive o país, também merecem destaque as ações daqueles que usam seu tempo para apoiar diferentes iniciativas. 

Durante a pandemia, foi possível ver desde médicos aposentados, recém-formados e até mesmo estudantes se disponibilizando para atuar na linha de frente do combate ao coronavírus, bem como pessoas que, mesmo de fora da área da saúde, tomam a frente para ajudar em ações como o cadastro e triagem durante a campanha de vacinação

Para Daniel Assunção, fundador e diretor executivo da plataforma Atados, o voluntariado representa uma atuação ativa na sociedade. Essa participação está atrelada diretamente a uma sociedade democrática. “Com a participação e acompanhamento próximo das causas nas quais as pessoas acreditam, a atuação de governos, ONGs, empresas e até mesmo das próprias pessoas físicas fica mais forte. Por isso, sobretudo em um momento como esse, o voluntariado é quase sinônimo de uma sociedade saudável e participativa." 

Impactos da pandemia sobre a organizações da sociedade civil

De acordo com o estudo Impacto da Covid-19 nas OSCs Brasileiras: da Resposta Imediata à Resiliência, realizado por Mobiliza e ReosPartners, 73% das organizações respondentes afirmaram que a pandemia impactou sua captação de recursos. Isso porque muitas das atividades de captação que eram realizadas presencialmente precisaram ser suspensas ou adaptadas ao mundo online. A mesma lógica aconteceu com o voluntariado. 

Segundo Daniel, se antes da pandemia, a plataforma Atados registrava 80% de voluntários presenciais e 20% online, o cenário agora é de 90% das pessoas trabalhando voluntariamente de forma online. Essa mudança abrupta no cenário demandou que as organizações passassem a profissionalizar mais, tendência observada pelo diretor do Atados.

“Com essa atuação online, as ONGs tiveram que se preparar mais e, ao mesmo tempo, as vagas e oportunidades começaram a ficar mais qualificadas. Então, as organizações perceberam que poderiam se aproveitar de voluntários com qualificação para atuar em áreas como marketing, captação de recursos, tecnologia, mentoria e outras. Com isso, muitas melhoraram suas metodologias e formas de atuação com os voluntários, o que contribuiu para mais qualificação e mais impacto”, defende o diretor. 

Essa conexão com as áreas de atuação profissional das pessoas é uma tendência do voluntariado, segundo Daniel. O engajamento online também contribuiu para que o tema ficasse mais próximo das pessoas, devido a não necessidade de deslocamento para realizar ou participar de uma ação.

“É mais fácil para o voluntariado remoto estar dentro da sua vida, já que não precisa se deslocar, dá para encaixar na agenda. Uma pessoa que já trabalha com gestão ou comunicação, por exemplo, pode atuar nessas mesmas áreas em uma organização social como voluntária. E é isso que faz com que a retenção e o aprendizado das pessoas seja maior.” 

Incentivo à participação voluntária 

Desde que foi fundado em 1990 no Brasil, o Instituto Alcoa atua em parceria com as comunidades onde a Alcoa está inserida por acreditar na potência de articulação com a população local. 

O voluntariado é o alicerce dessa atuação. Uma relação de troca com a comunidade, onde todos ganham e todos doam: os voluntários doam seu tempo e energia para preparar e participar das ações e ganham uma oportunidade de desenvolvimento pessoal e profissional; a Alcoa doa horas dos colaboradores (alcoanos) para as ações – realizadas dentro do período de trabalho dos funcionários – e ganha uma equipe mais unida e motivada; o Instituto Alcoa doa recursos financeiros e materiais e ganha uma relação mais próxima e ativa com a comunidade; e os milhares de beneficiários oferecem seu tempo, conhecimentos e afeto e ganham uma vivência transformadora.

Esse é o caso de Andréa Fortunato, catarinense que atua em Juruti, no Pará, desde 2019. Desde que chegou ao município seis meses atrás, participou de oito ações como voluntária que, segundo ela, contribuíram não apenas para sua vida profissional, mas também para seu desenvolvimento pessoal.

“Fiquei motivada em trabalhar nas ações, inclusive nos bastidores das tarefas. Percebi que as comunidades precisavam de mim e eu precisava delas para me tornar um ser humano melhor. A cada dia e ação que eu participava, me apaixonava mais pela causa do empoderamento das pessoas.”  

Para Andréa, o incentivo da Alcoa e do IA para que seus colaboradores participem de iniciativas voluntárias é fundamental, pois a organização dissemina periodicamente seus valores e reforça a importância dessas ações. 

No contexto da pandemia, ela explica que, em Juruti, uma das maiores dificuldades foi a falta de estrutura para uma comunicação online adequada.

“Acredito que a fragilidade da comunicação via internet foi o ponto mais difícil para voluntários e também para os que recebiam a ação, pois a maioria pertencia a locais distantes, com problemas de sinal de internet e de equipamento e até falta de conhecimento desse tipo de ferramenta e interação. Apoiamos muito nesse processo de capacitação para que as ações pudessem acontecer”, explica. 

A voluntária também comenta a importância da proximidade entre os colaboradores e moradores da comunidade. Em 2020 e 2021, ela conta que o alerta das Associações de Mulheres da Região de Juruti para o aumento dos casos de violência doméstica e a importância de ações de orientação e acolhimento das mulheres foi o que mais chamou atenção. 

“A cada dia, percebo o quanto sou presenteada por poder voluntariar. Essa ação é mais significativa para quem doa do que para quem recebe”, reflete Andréa. 

Diversidade e voluntariado 

Ao longo de sua trajetória, o Instituto Alcoa consolidou um legado na agenda, com o desenvolvimento de diversos programas de incentivo ao voluntariado, sendo constantemente requisitado por outros institutos e fundações para ações de benchmarking.

Uma das iniciativas mais reconhecidas do Instituto é o ACTION, cujo objetivo é reunir um grupo de funcionários para a realização de 4 horas de trabalho voluntário. A instituição beneficiada recebe uma doação no valor de R$ 10 mil.

O primeiro ACTION de Poços de Caldas em 2021, realizado em abril, chamou atenção para a importância de promover a inclusão e o respeito à diversidade nas ações de voluntariado. A iniciativa envolveu a Associação de Pais e Amigos para Apoio ao Talento (ASPAT) e beneficiou alunos do Centro para o Desenvolvimento do Potencial e Talento (CEDET). 

Maria Cristina Gonçalves, consultora de Assuntos Institucionais da Alcoa Poços de Caldas, explica que essa foi a primeira ação da história da Unidade a ser realizada em Libras (Língua Brasileira de Sinais) para inclusão de Juliana Rabelo, colaboradora da Alcoa com deficiência auditiva.

“O tema da Inclusão e Diversidade sempre esteve presente, mas ganhou força a partir de 2019, incluindo ainda mais nossos colaboradores, em especial aqueles com deficiência. A Juliana se inscreveu no ACTION e, imediatamente, contratamos um intérprete de Libras para todas as etapas para que ela pudesse verdadeiramente participar da ação. Ela ficou no grupo que falou sobre Inclusão & Diversidade e compartilhou sua história de vida.” 

Com uma trajetória de 14 anos na Alcoa, Cris comenta que cuidar das pessoas é um valor fundamental da empresa, que integra o conceito de inclusão e diversidade em inúmeras ações, frentes e iniciativas, inclusive no voluntariado. Promover essa inclusão é uma forma de valorizar o colaborador - nesse caso, a Juliana - e também promover aprendizados para colegas do grupo, que podem entender as dificuldades envolvidas na falta de acessibilidade e se mobilizar diante dessa causa. 

“Essa ação, que foi a primeira de muitas, é uma forma de extrapolar os muros da Alcoa, vivenciando e levando esse tema tão importante para a comunidade. A Juliana ficou extremamente feliz e realizada por participar e tenho certeza que motivada para outros eventos. Hoje, estamos mais conscientes, trazendo o tema com propósito. Diante dessa experiência, já estamos promovendo adaptações de materiais de outras ações que contarão com participantes com algum tipo de deficiência, o que, com certeza, fará diferença na vida deles e na nossa também.”