29 de abril de 2021

Cultura de doação: Cidadania em ação é tema do primeiro webinar do IA em 2021

Além de representante do Movimento por uma Cultura de Doação, encontro online contou com colaboração de atores dos territórios nos quais a Alcoa está presente.

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Segundo o Monitor das Doações, ferramenta criada pela Associação Brasileira de Captadores de Recursos (ABCR), desde o início da pandemia, em março de 2020, cerca de R$ 6,8 bilhões foram doados para ajudar a combater os efeitos da Covid-19 no Brasil. Outras pesquisas também apontam o alto engajamento da sociedade brasileira durante a pandemia: de acordo com uma pesquisa do Instituto Locomotiva, 72% das pessoas acima de 16 anos tiveram algum tipo de atitude solidária durante a situação de emergência, ou seja, mais de 117 milhões de brasileiros mobilizados. 

“Cultura de doação: Cidadania em ação” foi o tema escolhido para o primeiro webinar do Instituto Alcoa em 2021, que marcou a celebração dos 31 anos de atuação da organização. Otávio Carvalheira, presidente da Alcoa Brasil e do Conselho do IA, reforçou o importante legado do Instituto nas regiões onde a Alcoa está presente e pontuou que, durante a pandemia, as áreas de atuação do IA - Educação e Geração de Trabalho e Renda - tornaram-se ainda mais fundamentais para enfrentar as desigualdades brasileiras. 

Para Fausto Cruz, presidente do Instituto Alcoa, o momento é de reconhecer as conquistas e participação do IA nas comunidades, mas também de planejamento dos próximos passos. Ele convidou as organizações e lideranças presentes no webinar para, assim como o Instituto Alcoa, reforçarem em seus espaços a importância da cultura de doação no país. “É a força da união e do conjunto que faz a diferença e permite que grandes coisas sejam feitas.”. 

Tatiana Bizzi, diretora executiva do IA, mostrou em números a contribuição da Alcoa diante da pandemia: somando as doações do IA com as da Alcoa e da Alcoa Foundation, mais de R$ 4 milhões foram destinados a combater os efeitos da pandemia nos territórios brasileiros, além do apoio destinado a projetos e iniciativas locais. 

A importância de estabelecer e fortalecer uma cultura de doação 

Em casos de catástrofes naturais e situações de emergência, é comum haver um grande volume inicial de doações que vai diminuindo à medida que o cenário retorna ao normal. No Brasil, a diminuição das doações ocorreu com o país ainda sofrendo graves consequências da pandemia de Covid-19. Se em março de 2020 a média diária de doações foi de R$ 108 milhões, em fevereiro deste ano foi de R$ 630 mil, menos de um centésimo do que já foi. 

Apesar disso, Mariana Brunini, coordenadora-executiva do Movimento por uma Cultura de Doação (MCD), pontuou que a pandemia é um momento sem precedentes em termos de doação para a sociedade brasileira, onde muitas pessoas que nunca antes haviam doado encontraram informações na mídia, buscaram maneiras de contribuir e puderam experimentar o ato de doar. O desafio endereçado pelo MCD é justamente o de tornar essa ação perene, isto é, transformar a doação em uma prática inserida na sociedade. 

“É claro que é importante ter doações durante catástrofes, mas o Brasil tem muitas distorções a serem corrigidas, há muito a ser feito. A pandemia nos mostra todos os dias que a população mais vulnerável está sofrendo mais nesse momento: está morrendo mais gente, tem mais dificuldade de acesso ao sistema de saúde, as crianças não têm as ferramentas adequadas para estudar. A ideia é promover o doar de forma recorrente, envolvendo todas as pessoas.” 

Mariana aproveitou para convidar os participantes e suas respectivas organizações a assinarem a carta aberta recém-lançada pelo Movimento por uma Cultura de Doação. Assinado pelo Instituto Alcoa, o documento reforça a importância de incorporar a doação, um ato de cuidado e respeito, na vida diária e o papel, tanto da sociedade civil, como dos doadores institucionais, de fazer sua parte, divulgar suas iniciativas e estar aberto a ouvir as necessidades daqueles que mais precisam de apoio nesse momento. 

“Qualquer cidadão pode perceber uma demanda, começar a agir e levar isso para seus ambientes, seja na escola, no condomínio ou na empresa onde trabalha. Doar alimento para pessoas em situação de rua, por exemplo, também se configura como cultura de doação. Entretanto, existem inúmeras causas que podem receber contribuições. A ferramenta Descubra Sua Causa, do IDIS [Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social], ajuda a entender com qual causa cada um mais se identifica. Apoiar determinada agenda é um engajamento individual: você, enquanto cidadão, está apoiando uma causa na qual acredita e acha que é necessário mudar”, explica Mariana. 

Todo esse processo de reforçar a importância das doações e fortalecer a cultura de doação demanda iniciativas e esforços recorrentes na mesma direção. Por isso, o MCD conta com um conjunto de diretrizes elencadas no documento Por um Brasil + Doador, Sempre, que podem ajudar a pensar em iniciativas para endereçar o tema. São elas: 1. Educar para a cultura de doação; 2. Promover narrativas engajadoras; 3. Criar um ambiente favorável à doação; 4. Fortalecer as organizações da sociedade civil; e 5. Fortalecer o ecossistema promotor da cultura de doação. 

As vozes das localidades

O webinar também contou com a presença de um representante de cada uma das três localidades onde o Instituto Alcoa atua. Elber Diniz, gerente de projetos do Instituto Juruti Sustentável (IJUS), comentou sobre o apoio do IA ao longo dos doze anos de atuação do IJUS. Essa parceria rendeu diversos frutos, como a formação de lideranças da zona rural e urbana de Juruti, a oferta de apoio técnico a organizações locais com o objetivo de fortalecê-las institucionalmente, a distribuição de mais de três mil cestas básicas durante a pandemia, entre outros. 

“O olhar humano e a vontade de tornar territórios mais inclusivos e menos desiguais são valores em comum dos nossos institutos. Devido a essa visão compartilhada, o IA tem nos apoiado em diversos desafios na região. Nós do IJUS ficamos muito felizes em compartilhar resultados e participar das comemorações de 31 anos do Instituto Alcoa. Esperamos que venham mais 31”, comentou Elber. 

Representando Poços de Caldas (MG), Mônica Frison, membro da diretoria da Associação Poços Sustentável (APS) e vice-presidente voluntária da Associação dos Deficientes Físicos de Poços de Caldas (ADEFIP), explicou brevemente sobre o funcionamento da ADEFIP e como a cultura de doação está implicada na organização. Atualmente, são atendidas cerca de 265 pessoas, com uma média de cinco mil atendimentos gratuitos por mês.

Ao mesmo tempo em que as doações de itens físicos são importantes, Mônica explica que a associação também tem um viés forte de trabalho com educação. Por isso, ministra cursos junto a profissionais da educação, o que permite observar em crianças e jovens uma evolução na convivência social dentro e fora da escola. O IA apoiou a aquisição de uma plataforma de ensino à distância para a oferta de cursos online. A formação de estreia, “Educação inclusiva na perspectiva do trabalho em rede”, lançada de forma gratuita em abril, superou as expectativas e alcançou mais de 800 pessoas.

“O curso vai facilitar a inclusão social de pessoas com deficiência pelo Brasil todo. Para nós, essa é uma maneira de transpor os muros da instituição e doar esse conhecimento que nós temos.” 

Por sua vez, Maurício Vieira de Paula, analista de projetos do Instituto de Cidadania Empresarial do Maranhão (ICE-MA), dividiu com os participantes que o ICE tem a cultura de doação em sua história desde a criação. Hoje, a organização incorpora a doação em duas frentes: nas doações financeiras recebidas mensalmente para manter o funcionamento institucional e com a participação de voluntários. Ao longo de 20 anos, os 30 projetos executados pela organização contaram com algum tipo de voluntariado, incluindo a própria experiência do analista, que começou a trabalhar no ICE para doar o conhecimento que tinha.

“Eu sempre falo que conhecimento deve ser compartilhado. Ao longo desse tempo, pude perceber que muitas pessoas se engajam no processo de voluntariado com a perspectiva de desenvolver habilidades e conhecer pessoas. Por isso, o ICE desenvolveu um papel de identificar qual é a expertise do voluntário e, a partir disso, proporcionar uma doação de tempo estratégica, alocando a pessoa no que ela sabe fazer melhor.”  

Participe 

O Instituto Alcoa incentiva que pessoas físicas e organizações assinem a carta aberta do Movimento por uma Cultura de Doação para tornar a doação um ato contínuo na sociedade brasileira. Saiba mais.